Se esta não é sua primeira visita aqui no blog já deve ter observado que falo muito sobre mudança; pois é, isso vem me marcando. As coisas mudam, é verdade. Em parte porque nós as fazemos mudar, afinal, mudar é um ato de coragem, ou melhor, uma sequência de pequenos atos de coragem, mas há mudanças que superam nossas mãos, vão além de nós.
Neste último semestre de faculdade me encontrei em meus dois últimos estágios e, como se não fosse suficiente serem os últimos, escolhi duas escolas importantes para mim e de grande significado para a minha formação pessoal: as escolas em que estudei anteriormente. Voltei, em outra posição, as coisas mudaram.
Anos atrás estava longe da sala dos professores, conversando com os colegas na hora do intervalo, sorrindo levemente para as professoras de longe. Agora as crianças me abraçavam e me perguntavam quando voltaria na sala delas, eu recebia abraços e tomava chá com os professores. Estava em uma posição intermediária: nem aluna como eles, nem professora, era estagiária. Se antes ficava curiosa quando via alguém mais velho, de fora, na sala de aula com um caderno de anotações, agora era eu quem anotava observações e recebia um milhão de perguntas e olhares curiosos.
Estas experiências foram a perfeita mescla de mudanças, pois em parte as promovi, em parte tiveram a ver com outras coisas: o tempo, a surpresa da forma equivocada como me via (quem diria, há pessoas que lembram de mim!)... Mudar é tão gratificante quando percebemos que mudamos para a melhor, que nos tornamos cada vez mais o melhor de nós mesmos!
Descobri que não precisava de tanto medo, vi que não era invisível, percebi que às vezes mesmo sem perceber deixamos boas lembranças apenas por sermos nós mesmos. Conquistei, pouco a pouco, uma firmeza que não esperava ter um dia e, vou te contar, ainda falta muito o que mudar, mas de pequenas atitudes em pequenas atitudes, eu chego lá.
Isabela C. Santos
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