Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2013

Paloma

    Na volta para a casa Paloma enfrentou um trânsito mais lento que o normal e filas imensas. A razão? A luz. Ou melhor, a falta de energia elétrica. Sem luz na avenida, sem luz no farol. Uma confusão! Paloma chegou em sua casa, sem coragem alguma para tomar banho na água fria (se haviam momentos preciosos em seu dia o banho quente e relaxante era um deles); na verdade, quase não teve coragem para abrir a porta. Sabe, o escuro sempre foi um certo problema, sempre causou um certo medo, a sensação de que algo que ela  não soubesse bem o que era poderia surpreendê-la, surgir para lhe espantar.     Quase correndo (na verdade, controlando-se para não correr), Paloma deixou a bolsa com estampa de flores no sofá e fechou a casa (é bem verdade que colocar a chave na fechadura utilizando a luz do celular não é a situação mais tranquila do mundo). A rua, com crianças brincando na calçada usando lanternas, lhe pareceu bastante convidativa assim que colocou seus pés na casa escura. Não havia

Lembre-se, querida

    Pense bem, querida: às vezes a gente precisa ficar quietinha para observar, olhar o que nos faz tão bem. No entanto, outras vezes a gente precisa se mover, fazer algo por aquilo que nos faz muito bem. E, bem, não se assuste, mas há momentos em que conseguimos fazer os dois. Tudo depende, minha querida. As coisas mudam, passamos por momentos diferentes mas nem tudo se vai. Ora, só quero dizer que as coisas não são tão certinhas, entende? Há sempre tantas coisas envolvidas e nem tudo está sob o nosso controle. Poucas coisas estão. Lembre-se disto, querida.  Isabela C. Santos 

Mentirinha social

    Renata acordou, espreguiçou-se e finalmente levantou. Um pouco de dor de cabeça, um pouco da cólica que dava o ar de sua graça todos os meses, uma imensa vontade de ficar em casa, dormir sem hora para acordar. Renata vestiu a roupa que sobrara no guarda-roupa, tomou o café da manhã correndo visualizando a lista de coisas que tinha para fazer (a metade da folha sulfite que ela havia separado para suas tarefas estava totalmente preenchida) e ficou um tanto desanimada. Escovou os dentes, lavou o rosto, passou o protetor solar, penteou os cabelos, calçou os sapatos que ganhara de natal no ano anterior, colocou ração e água nos potes de seu gato, Itálico. Finalmente saiu. Com mais cólica e dor de cabeça e a vontade de estar deitada aumentando, avistou a vizinha que havia lhe pego no colo quando era bebê. O que se seguiria ela sabia bem, a pergunta habitual que receberia a resposta  habitual (para dar essa resposta não precisava pensar, era só responder o que sempre se responde), a ment